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Alemães em Porto Alegre
註釋

A história de Porto Alegre inicia oficialmente no dia 26 de março de 1772, quando o primitivo povoado às margens do Guaíba foi elevado à condição de Freguesia. Mas de fato é ao longo do século XIX, principalmente depois de passada a Revolução Farroupilha (1835-1845), que a cidade se impulsiona em direção ao futuro, adentrando na seara do crescimento socioeconômico num ritmo acelerado.


Porto Alegre surge como cidade num momento de mudanças globais muito acentuadas, resultantes do impacto das revoluções industriais nos

séculos 18 e 19, que transformaram o mundo ocidental. Nesse contexto, a cidade desenvolveu cultura própria, que surgiu no Império e seguiu pela República, uma cultura forjada ao longo de dois séculos e meio, intervalo de tempo no qual Porto Alegre se tornou resultado de acúmulos de processos sociais e de diferentes culturas e etnias. Uma dessas etnias de grande

representatividade na cidade foi a dos alemães e de seus descendentes.


É a partir da segunda metade do século 19 que a presença de alemães e descendentes de fato se consolida no espaço urbano de Porto Alegre. Fossem eles oriundos da Europa ou procedentes das colônias já existentes, deixaram importante contribuição para o desenvolvimento socioeconômico da cidade. Por meio de sua vocação de artesãos e dotados de espírito empreendedor passaram a atuar e a inaugurar setores importantes como a metalurgia, a tecelagem, a ourivesaria, a tipografia, a marmoraria, entre outros. Mas tiveram presença destacada também na comercialização de produtos coloniais e na manutenção das casas de importação, que importavam produtos da Europa e dos Estados Unidos.


Nas últimas décadas do século 19, percebemos a atuação de imigrantes alemães também no ramo farmacêutico, na medicina, no setor hospitalar, nas artes visuais e/ou fotográficas, bem como no circuito cultural através da criação de livrarias, jornais, periódicos, associações e sociedades com propósitos recreativos e no âmbito desportivo.


Da mesma forma ocorreu no campo religioso e confessional, com os alemães tendo que criar seus próprios espaços de celebração, divulgação de doutrinas e manutenção de escolas comunitárias e confessionais.


Além disso, muito da memória dos 250 anos de Porto Alegre pode ser contada a partir das fachadas de prédios históricos da cidade. Numa época de estilos arquitetônicos sofisticados, vários prédios públicos e muitos palacetes encomendados por personagens importantes do passado da cidade foram projetados e construídos sob a orientação de arquitetos alemães.


No presente trabalho, intencionamos fazer um resgate de algumas trajetórias de alemães através de narrativas, conteúdos biográficos e da inserção de imagens. Protagonistas em suas épocas, fossem eles pessoas ou instituições de iniciativa germânica, foram notoriamente atuantes em variados segmentos na vida cotidiana da cidade. Iniciativas empreendedoras de alemães que nunca deixaram de mirar os valores da vida, da liberdade, da justiça e da responsabilidade social.