Apesar das suas tensões e contradições, os diversos discursos acerca da globalização deixam entrever um desejo de construir o espaço e o tempo do encontro entre mundos e culturas, mediante a persistência de um diálogo que aproxime as distâncias, mas respeite as diferenças. Parte considerável da formação política, cultural, urbanística, linguística do mundo ocidental hauriu motivos e soluções da instituição das póleis e cosmópoleis do Mundo Antigo. Por outro lado, a mobilidade pode mesmo ser considerada um traço característico da cultura luso-brasileira, desde os descobrimentos portugueses e a sua produção cultural, nos primeiros passos da literatura jesuítica no Brasil, em especial em José de Anchieta, passando por António Vieira, Machado de Assis, Guimarães Rosa, entre outros. Por esse motivo, a presença e os diversos matizes do tema da mobilidade e da cosmópolis antigas na recepção da Antiguidade Clássica na literatura de língua portuguesa constituem igualmente um tema central do volume.
Despite its tensions and contradictions, the various discourses on globalization hint at a desire to build a space and time for encounters between worlds and cultures, through the persistence of a dialogue that shortens the distances, but respects the differences. A considerable part of the political, cultural, urban, linguistic shape of the Western world drew inspirations and solutions from the experience of poleis and cosmopoleis of the Ancient World. On the other hand, mobility may even be perceived as a characteristic feature of Luso-Brazilian culture, from the Portuguese Discoveries and their cultural production in the early stages of Jesuit literature in Brazil, especially in José de Anchieta, down to António Vieira, Machado de Assis, Guimarães Rosa, among others. Therefore, the presence and the different hues respecting the topic of mobility and of old cosmopoleis in the reception of Classical Antiquity in Portuguese literature are as well a central theme of the volume.