登入選單
返回Google圖書搜尋
O sorriso da razão
註釋

Edson Monteiro é, antes de tudo, um escritor de bom-senso, cujos textos no dizer de seus amigos mais chegados revelam o homem que utiliza sua formação de engenheiro e seus estudos de lógica como elementos essenciais ao seu propósito de opinar com isenção.

Neste seu terceiro trabalho literário, desta vez um ensaio que se conclui com uma ficção preocupante por demais fundamentada traz-nos, outra vez, a ética como alvo.

Suas referências, agora, não são os dados históricos restritos à Guanabara do século XVI (de seu “Os Brasis de Uruçumirim”) nem os dos tempos de aluno de engenharia e de engenheiro preocupado com os compromissos da profissão com a sociedade (de seu “Aspectos Éticos na Engenharia”). Aqui, vê-se o denunciante realista e maduro, sem concessões à tendência de mentir do ser humano no seu afã de dominar.

Ainda uma vez, contudo, não faltam ao texto severo erudição e beleza, ingredientes reconhecidos na obra do prosador poeta.


Os leitores desta “quase elegia à verdade” ver-se-ão pressionados, em discretos momentos, a recorrer a leituras paralelas, menos por eventual desconhecimento ou por omissões do autor e mais pela vontade de contato com preciosidades que ele relembra, deixadas à posteridade pela civilização em marcha.

Ler esta obra representa, no dizer moderno, um convite ao “malhar” mentalmente.

Enfim, um trabalho corajoso e provocativo, que denuncia a supremacia da mentira na função estabelecedora – desde os remotos tempos – do domínio do homem pelo homem, contra o próprio homem e contra a natureza, atitude antiética, por suicida.