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註釋A poesia de Henriqueta Lisboa é de grande delicadeza. Suas palavras, por vezes, desvelam coisas pequenas e ínfimas da natureza, revelando sua sutil beleza, enquanto em outros momentos tratam, com bastante simplicidade, de coisas complexas como amor, guerra e morte. Seus poemas, a um só tempo singelos e elegantes, constroem silêncios com palavras escolhidas com cuidado. Falam do "tênue fio" da existência sem se preocupar em dissecar os seus mistérios; pelo contrário, aceitando-os como se aceita um presente raro e frágil. Mesmo quando trata de coisas doloridas, o tom de Henriqueta se mantém leve, como o de quem compreende que a vida não deixa de ser bela por ser feita de perdas. Os temas escolhidos pela poeta podem ser simples, como o movimento de uma palmeira, o brilho de um vaga-lume ou a destreza de um esquilo que devora avidamente um coco, mas seu olhar para esses pequenos eventos é sempre bastante pessoal, surpreendente. Nas palavras do organizador Bartolomeu Campos de Queirós, a poesia de Henriqueta "é um convite insistente para que não deixemos passar despercebidos nenhum dos elementos que nos rodeiam e nos espiam".