Este livro analisa, no contexto português, um dos mais importantes sistemas urbanísticos das cidades medievais: aquele que se formou a partir da instalação das ordens mendicantes e que marcou profundamente a paisagem urbana. Tomam-se como “casos de estudo” os sistemas urbanísticos mendicantes que se constituíram, entre os séculos XIII e XV, nas principais cidades e vilas portuguesas: Lisboa, Santarém, Coimbra, Porto, Évora e Guimarães. Procura-se, num primeiro momento, compreender os seus processos de formação, e por último, avaliar os impactos que produziram no espaço urbano, nomeadamente no que se refere à sua participação nas dinâmicas espaciais que marcaram as cidades portuguesas nos últimos três séculos da Idade Média.
Com este livro pretende-se dar resposta a dois desafios iniciais: inserir de forma crítica o “caso português” no conhecimento produzido a nível europeu sobre este tema, e apresentar um contributo para a afirmação da importância do “fenómeno mendicante” para a história da cidade e do urbanismo em Portugal.