“Não há um culpado apenas, talvez nem haja culpados, mas um sistema que precisa se atualizar e ser mais célere, sensível aos novos tempos.
Mas a pergunta que nunca se cala: como enfrentar o crime organizado, compreender e desarticular suas estruturas sem fazer parte dele? A resposta talvez esteja na própria pergunta: fazendo parte dele. Então, chegamos de forma objetiva, novamente, na figura do agente infiltrado.
Uma ferramenta que não é nova ganha destaque. Toda a inovação tecnológica advinda nos últimos anos não nos traz, com a mesma riqueza, um componente tão necessário na compreensão da engrenagem do poderoso e nebuloso mundo das organizações criminosas, a realidade das conexões e o alcance de suas estruturas num grau de detalhismo importantíssimo, como o faz a figura do agente infiltrado.
Contudo, é este um recurso de investigação que requer precisão, preparação, especialização e planejamento.”
O primeiro capítulo discorre sobre a infiltração no contexto da evolução social, sobre a arte do disfarce e as mutações da criminalidade no mundo e no Brasil. No segundo capítulo busca-se analisar os permissivos legais e a evolução normativa brasileira em relação à infiltração policial, focando também na infiltração policial virtual.
No terceiro capítulo são analisados os aspectos operacionais relevantes, os requisitos e limites da infiltração, a atividade relacionada à Polícia Judiciária e sua operacionalização em campo, passando pelas suas fases essenciais até a cessação da atividade. Tópicos importantes estão incluídos, como o testemunho do agente infiltrado, suas características e seus direitos.
Por fim, abordam-se os desafios administrativos e estratégicos para as Polícias Judiciárias na utilização da metodologia, as novas necessidades de conhecimentos relativos à infiltração virtual e um novo modelo de contratação de agentes policiais para a atividade de infiltração.