As crianças vão para a escola para aprender, e essa aprendizagem acontece a nível do cérebro. Em idade escolar, o cérebro da criança está ainda a sofrer alterações significativas no que toca ao seu desenvolvimento. É por este motivo que a neurociência (ciência que estuda o cérebro) e a educação estão muito interligadas. Aprender é possível porque o cérebro é plástico: esta plasticidade é entendida como a capacidade que o cérebro tem de reorganizar a sua estrutura, levando a alterações de função e comportamento.
Mas o que muda exatamente no cérebro quando aprendemos algo novo? Quais são as condições ótimas para o cérebro conseguir aprender? Porque é que nos esquecemos de coisas? Que alterações no desenvolvimento ocorrem no cérebro durante a infância e adolescência, e em que é que estes processos se assemelham ou diferem dos mecanismos neuronais de aprendizagem e memória?
A investigação em Neuroimagem, ou ‘’varredura do cérebro’’, catalisou o nosso conhecimento acerca do desenvolvimento do cérebro, o processo de aprendizagem e a memória, bem como outras capacidades relacionadas com a escola, tais como a leitura e a matemática, a criatividade, metacognição e ansiedades e emoções que advêm do processo de aprendizagem. Mas o que medem realmente estas técnicas de varredura cerebral? Que tipo de questões queremos endereçar com a neuroimagem e quais as suas limitações?
Esta coleção dará uma visão geral e acessível do estado da arte relativo ao conhecimento dos mecanismos de desenvolvimento cerebral, aprendizagem e memória. A coleção irá ajudar as crianças a perceber como é que o cérebro se desenvolve e se comporta durante a aprendizagem, e como é que estes dois processos são afetados pelo meio envolvente e pelo esforço por elas aplicado. Será ainda discutida a importância de professores e outros educadores terem conhecimento do cérebro e métodos de neurociência. Por fim, iremos explicar o que acontece se circular informação errada relativamente ao cérebro, ou se informação correta for mal interpretada. Neuromitos como ‘’só usamos 10% do nosso cérebro’’ são recorrentes, mas é importante que os mesmos sejam contra-argumentados, explicando porque são falsos e o que é verdade.