Em 2000, numa altura em que a Microsoft era alvo de inúmeros processos legais pelas suas práticas monopolistas e anti-concorrenciais, Bill Gates criou a Fundação Gates, na qual nesse mesmo ano, investiu mais de 20 mil milhões de dólares. À medida que o folclore em torno das boas ações de Gates foi crescendo, o mundo esqueceu-se da sua extraordinária avareza e sede de poder. Aqui estava um homem que tinha alcançado uma riqueza obscena com os seus negócios e depois, aparentemente, estava a doar tudo.
Tim Schwab, jornalista, mostra-nos nesta investigação destemida o outro lado do filantropo Bill Gates: um homem engenhoso e inteligente que inventou uma nova forma de transformar riqueza extrema numa enorme influência política — e que nos faz acreditar que devíamos aplaudir a sua aquisição de poder, e não desafiá-la.
A Fundação Bill e Melinda Gates é a maior instituição de caridade privada do mundo, com 1800 funcionários e uma doação de quase 80 mil milhões de dólares, desde a sua criação até 2023 – superior ao PIB da maioria dos países.
Com o livro O Problema Bill Gates, o autor revela como os milhões de Gates servem para conquistar um nível impressionante de poder e controlo sobre as políticas públicas, os mercados privados, a investigação científica e os meios de comunicação social. Quer esteja a promover alterações ao sistema educativo, reformas da saúde na Índia, a política global de vacinas durante a pandemia, ou a agricultura industrializada ocidental em África, a inebriante experimentação social de Gates tem-se revelado não só antidemocrática, como também ineficaz. Descubra como, em muitos locais, Bill Gates está a prejudicar exatamente as pessoas que diz querer ajudar. E porque é que o império filantrópico de Bill Gates é um modelo perigoso de poder sem restrições, que ameaça a democracia e exige a nossa atenção.
“Schwab defende, com base em anos de investigação, que sob a direção de um homem mais humilde, a Fundação Gates provavelmente seria uma força muito mais eficaz para o bem.” — The New York Times