Para o autor Norman MacKenzie, o exílio do imperador Napoleão Bonaparte na pequena ilha de Elba, em 1814, “parece pequeno como uma imagem vista pelo lado inverso de um telescópio, mas que brilha com clareza em cada traço.” Nesse curto retiro forçado, o caráter do Imperador aflora com intensidade dobrada. Praticamente prisioneiro vigiado na pequena ilha, Napoleão vai demonstrar de novo não só a audácia do general que domou a Revolução Francesa e conquistou o Continente europeu, mas também o cálculo do estrategista que até de seus seguidores esconde a manobra, enquanto conspira e administra a discórdia dos adversários.
Esse curioso e tão desconhecido episódio de 1814-1815 traça um retrato de Napoleão Bonaparte em cores vivas: personalidade obstinada, carisma de líder e inteligência política. Tudo emerge com força ao longo de um ano em que, tendo abdicado do poder de Imperador dos Franceses – mas cujo direito ao título os vencedores mantiveram – e com recursos exíguos, planejou e executou seu surpreendente caminho de volta ao topo em Paris.