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Tchau, querida: o diário do impeachment
註釋

Quando os detalhes de uma conversa telefônica grampeada entre Lula e Dilma vieram a público, em março de 2016, a frase de despedida de Lula não só virou meme como trouxe um vaticínio: “Tchau, querida”. 

Semanas depois, em 17 de abril, ela se tornaria realidade e marcaria a história política brasileira. Nessa data, 367 deputados votaram a favor da abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Festa para a maior parte da população, que se mobilizara aos milhões nas ruas pela saída da então presidente. 

No centro da votação, um nome teve papel decisivo: o do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que conhece como poucos as engrenagens da Casa, seu regimento, e interpreta muito bem os movimentos da política.

Nesta obra, ele relata os bastidores dessa história, as pressões e os interesses para abrir ou não o processo de afastamento de Dilma e o cabo de guerra envolvendo duas outras figuras emblemáticas do cenário político: Lula e Michel Temer, um querendo manter o PT no poder, o outro querendo seu lugar. A corda desse cabo de guerra logicamente era o próprio Cunha. E as conversas com o ex-presidente e o então vice, narradas por Cunha, 

são imperdíveis.

Reuniões com diversos outros atores políticos são apresentadas em minúcias. Cunha expõe as decisões erradas de Dilma, o fogo amigo de políticos aliados e até as consequências em 2016 do apoio do PT ao impeachment de Fernando Collor, em 1992. Aponta ainda a causa mortis do governo Dilma, mostrando como ela, além de se enterrar, acabou enterrando junto, naquele momento, Lula e o PT. Por fim, elenca diversas propostas para mudar o sistema político do país.

Um livro indispensável para entender as entranhas do poder e da política.