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Por dentro do trauma: a perversidade no Holocausto e na contemporaneidade
註釋

A ininteligibilidade no trauma

A obra de Sofia Débora Levy traz duas perspectivas de interpretação para se entender e lidar com o trauma psíquico. Todo trauma psíquico impossibilita o conhecimento da consciência e qualquer percepção da atividade psíquica. É um holocausto da condição humana que a história de indivíduos e grupos conheceu e conhece sob as mais diversas formas. Trata-se de uma suspensão do modo próprio de ser do homem.

A proposta aqui apresentada é de uma análise existencial ontológica denominada Desenvolvimento Consciencial. A suposição da proposta é de que o trauma tem seu fundamento no modo próprio da existência. Por isso, a única alternativa é partir de uma análise existencial ontológica do caso para se recuperar as condições de lidar pela base com o trauma psíquico.

A determinação e manifestação do trauma foram colhidas dos depoimentos de sobreviventes do Holocausto judaico durante o nazismo. A violência vivenciada pelas vítimas rompeu a estrutura mental de todas elas. Visando recuperar a estruturação, a análise fenomenológica busca retirar da própria desestruturação as possibilidades de integrar e restaurar o rompimento. E o faz através de uma apercepção compartilhada, vigente nas queixas e manifestações da própria ausência de fluxo e de fluência do trauma.

Com isso se espera recuperar a estrutura quebrada que age e instala o trauma. É assim que se restaura o fluxo da consciência e a reconciliação com o outro dos outros na própria conciliação do outro de si mesmo. É o desafio de todo trauma para qualquer tentativa de restaurar a integridade do modo de ser humano.

Emmanuel Carneiro Leão

Professor Emérito/UFRJ