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Fragmentos De Um Sonho Que Passou
註釋64º livro do autor de: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA”) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE Alguns trechos: “Quando já chegávamos ao final de tudo, / Juntei alguns pedaços minúsculos / De minha alma que sobraram, / E juntei-os como se fossem retalhos, / Fragmentos de um caso em estudo, / Que retesou os meus nervos e músculos, / Porque por algum tempo se mesclaram / Cartas misturadas de diferentes baralhos!” “Teu olhar contém prisões e naufrágios, / E, para atravessá-lo, pago pedágios, / Em forma de poemas quebrados, / Sonhos danificados / E lembranças perdidas, / De outras vidas, / Que talvez nem sejam minhas!” “Não me atrapalhe, / Tenho urgência, / Tantos sonhos para viver, / Tantos poemas para escrever!” “E depois disto, nunca mais fui o mesmo, / Senão um esfarrapado rebotalho, / A vagar pelas noites insanas a esmo, / Disfarçado num triste espantalho!” “E, depois de algum tempo, sumiram, / E nunca mais ninguém os viu na cidade, / Dizem que para as estrelas se evadiram, / E foram se amar, junto à Eternidade...” “Todas as dores do mundo me circundam, / Indecentes, / Triunfantes, / E meus versos inundam, / Deixando-os incandescentes / E ofegantes,” “Aquele seu olhar / Maléfico e azedo / Doeu como um tiro no peito / Que me arrancasse um segredo / Que eu não quisesse revelar” “Cada peça que deixou de roupa / Doei para um brechó, / Mas essa enorme saudade / Que nunca me poupa, / O jeito é esperar virar pó, / Para não virar insanidade...” “Nesse momento, em que as máscaras caem, / Digo que, depois de hoje, não quero mais vê-la, / Esportes de autoaniquilação não me atraem, / Desculpe, mas você foi a minha última estrela...” “O ar condicionado não dará conta de reduzir / As temperaturas de nossos corpos ardentes, / Levarei a enormes requintes a arte de te seduzir, / Deixando em chamas os teus lábios frementes!” “Salva-me, Senhor, / Dessa limitação terrena, / Conceda-me asas angelicais, / Para do alto ver a extensão plena / De Teu infinito amor, / Que não me abandonará jamais!” “Eu me pergunto, confuso, / Como esse órgão quase sem uso, / Esse pobre coração sem juízo, / Conseguiu te arrancar tal sorriso!” “Confesso que sempre me lembro, / Entre janeiro e dezembro, / Com um cálice de cabernet, / De meus encontros com você,” “E foi então que você me abraçou / E perguntou por que demorara tanto, / Sem perceber como sempre me olhou, / Provocando-lhe tanto desencanto?” “Dê-me um pouco de amor / Enquanto pode, / Enquanto o maldito terror / Não nos explode!” “Fazem-se coisas estranhas / Com a Poesia, / Mas a mais estranha de todas / Foi quando a sorrir, / Dormindo, / Eu lhe disse adeus...” “‘Perguntou-me: “Afinal, o que são poetas?’! / Respondi, pois evito respostas diretas: ‘Linda jovem, poetas são seres estranhos, / Que se distraem vendo a primavera / A brotar de seus outonos’...” “E, muitos anos depois de tê-la ocultado / No fundo de meu baú de memórias, / O seu sorriso se estampou em meu olhar, / De onde provisoriamente eu a tinha apagado, / Mas tanto tempo depois de arquivar nossas histórias, / Por que a noite fez isto comigo sem avisar?” “Em ti, conheci esse amor, forte e bendito, / Que nossos corações rasga como uma seta, / Pois desde o início dos tempos estava escrito / Que o mais lindo amor seria entre uma deusa e um poeta!” “Contigo já não me importo, / Foi apenas um sonho mau, / Mas será que foi tão ruim, / Ou essa lágrima que aborto, / A qual disfarço tão mal, / É porque ficaste dentro de mim?” “Ela se foi, mas deixou suas marcas: / Fotografias, cartas e seus discos, / Guardados no fundo de velhas arcas, / Junto com alguns de meus rabiscos,” “Esses vestígios de ti / Que encontro por aqui / Fazem-me ter vontade / De saber se és de verdade / Ou apenas um virtual construto, / Uma sinfonia que escuto, / Mas a meus ouvidos não se destina,” “Foi num momento fatal / Que, aproveitando-se de uma distração, / Ela me acertou um jab de direita, / Abaixo da linha da cintura, / Que me levou a nocaute.” “Esse arco em seus lábios retesado, / Pronto para disparar flechas de ira, / Pode estar prestes a um ato desalmado, / Envenenando-me com uma torpe mentira.” “Uma vez, / Muito tempo atrás, / Você me jurou amor, / Mas as águas / Do tempo arrastaram / Suas promessas / E juras,” “Bendita sejas / Pela impaciência que transborda / De teus olhos até que me vejas, / Quando se retesa essa corda, / Do arco que o coração me cinge,” “Um olhar voador não identificado / Viajou de encontro ao meu sorriso, / E, naquele voo com destino marcado, / Meu purgatório encontrou o seu paraíso!” “A Poesia que em mim habitava, / Deu um tempo e se afastou, / A luz que em meu olhar brilhava / Disse adeus e nunca mais voltou.” “Nesse cosmos em miniatura voam cometas, / Pulsares imensos que atraem minha matéria, / Circulam em volta de tuas pupilas lindos planetas, / Piscam para mim asteroides de antimatéria!” “És tão linda / Que me amedrontas / Em qualquer dia da semana / E nessa batalha infinda / Perco sempre as contas / Das vezes em que a vida me engana” “E o tempo impiedoso, não sei o porquê, / Brinca com o que me restou de sanidade, / Pois tudo o que me deixou de você / Foi essa infinita saudade!” “Hoje, anos depois, cá estão os dois, / Felizes, unidos, prestes a se casarem, / Sob alguns pretextos de Deus: / Uma balada, alguns drinques e um relógio esquecido!” “Vivo atormentado por teus acidentes topográficos, / Vales, montanhas, morros e cavernas, / Os quais percorro em meus sonhos mágicos, / Ou em minhas fantasias eternas!” “Aquele sonho estranho, / No qual você me matou, / Fez-me encolher de tamanho, / Só em pensar que para você nada sou!” “Sob uma rua / Nua / Dessa cidade / Vaga essa lua / Crua / De saudade” “Quando o seu olhar disparou / Sobre mim balas de AK-47, / Minha armadura se desintegrou / E se derreteu o meu trompete!” “Podes ir embora outra vez, / Mas nunca mais voltes, / Pois entre nós dois criaste um abismo, / Intransponível, / Que apelidam por aí de desilusão...” “Nos vagões do trem da vida, / Pessoas sobem e descem em cada estação, / E em cada subida ou descida, / Há vários encontros cheios de emoção.” “E até o final deste dia, / Seremos um caso de estudo, / Unidos pela Magia, / A sua vassoura esquecida em um canto, / Arrepiando-se com nossos contatos, / E tomada de espanto / Por nossos loucos atos,” “E nesse mundo assim desa(l)mado, / Minha alma jaz no fundo do rio, / E a solidão me manda recado / Do fundo de um copo vazio!” “Mas esses mesmos dedos ágeis / Para destruir, podem ser frágeis, / Acariciantes ou apenas audazes, / Capazes de aplacar sedes vorazes, / Arrancando profundos espinhos, / Ou aplicando doces carinhos, / Rasgando a noite sem qualquer pudor, / Ou escrevendo suaves versos de amor...” “Será que alguma transa entre noz rolou / Ou tudo se limitou a queijos e amassos? / Por que será que o contratempo nos afastou, / A ponto de se afagarem nossos traços?” “Faça, com esses seus olhos risonhos, / Para meus braços sua próxima viagem, / Não me deixe no aeroporto dos sonhos, / Sem nada a declarar na bagagem...” “É mais ou menos assim / Que tudo se resume: / Eu gosto dela, / Mas ela não gosta de mim, / E nem posso ter ciúme, / Pois moro numa favela / E ela numa torre de marfim!” “Até hoje, não entendi o desenrolar desse caso, / Como pode ser que aconteceu algo assim? / Como foi que um simples olhar, por acaso, / Fez aquela moça linda se apaixonar por mim?” “Não me importo mais com você, / Meus ouvidos ficaram surdos, / Não quero mais saber o porquê / Desses seus teatros absurdos.” “Mas aquele amor deixou pegadas, / Que jamais se apagaram, / E em suas mentes ficaram / Para sempre guardadas...” “Pelo paladar, sinto o selvagem gosto / Do néctar de suas profundezas, / E meu amor fica tão exposto, / Ao caírem minhas últimas defesas...” “Pois como explicar, se nos amamos tanto, / Por que então sempre nos dizemos adeus, / E depois escondemos um do outro o pranto, / Como se meus olhos não amassem os seus?” “I know you are gone, / But you stayed here in my heart / Your photos are on my phone / And our souls will never part.”