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Literatura Surda e Literatura Rosiana: ficção e realidade – provocações
註釋

Caro leitor,

A leitura do imaginário mágico e da fantasia nos mostra como associamos ou diferenciamos os fatos do imaginário para o real, assim, seus próprios conceitos a respeito das suas perspectivas nos proporcionam um conhecimento mais ampliado. Através da literatura podemos observar a dedicação, o amor, o belo e o feio, o bem e o mal, a maldade, a delicadeza, coragem, a resistência, às provocações, entre outros pontos.

A literatura é um ramo da humanidade e nela o homem se torna mais humano, um ser mais compreensível de sua realidade. A literatura é considerada um bem para a cultura e para a compreensão do desenvolvimento cognitivo e linguístico. Muito além de exercer os saberes das culturas, dos lugares, dos povos, deixam em cada um de nós uma grande bagagem de experiência que vão nos definir ao longo de nossas vidas tornando-nos grandes leitores.

A obra literária vem nos motivando ao longo da vida, o autor ou o artista não realiza uma pesquisa desassociada da realidade vivida, pois é através das suas obras que ele vai transmitindo o seu sentimento e as ideias adquiridas ao longo do seu conhecimento. Um texto ou uma obra literária traz provocações e vai encaminhando o leitor para novas descobertas. Pensando nessas provocações, trouxemos para a discussão a Literatura Surda e a Literatura Rosiana, respectivamente.

O primeiro capítulo intitulado “Literatura Surda: inclusão e pertencimento” traz várias questões que suscitam análises sobre os discursos e representações envolvendo a integração da Literatura Surda como forma de inclusão e pertencimento da cultura e identidade surda. Para tanto, apresentamos o contexto histórico da Língua Brasileira de Sinais (Libras) seguindo uma linha de tempo: sua vivência no cotidiano marcada por forte exclusão e posteriormente, amparada por órgãos e entidades, juntamente com suas legislações e direitos. Destacamos políticas públicas educacionais para proporcionar cidadania, priorizando a inserção do sujeito surdo, na rede regular de ensino, independente da diversidade biopsicossocial. O texto é embasado por pesquisas em livros e periódicos, colaborando na conceituação sobre Literatura Surda, a Libras e sua trajetória na sociedade. As considerações feitas revelam a distância existente entre teoria e prática no que se refere à inserção do indivíduo surdo e da Libras na sociedade, existindo ainda a permanência da exclusão no contexto educacional.

O segundo capítulo intitulado “Literatura Rosiana: resistência feminina” trouxe algumas reflexões acerca da Literatura Rosiana, especificamente sobre a personagem Doralda da novela Dão-Lalalão. Analisamos essa protagonista orientados pela noção foucaultiana de poder; demonstramos o deslocamento do poder na casa de Doralda e Soropita; comprovamos que ela relativiza o poder de Soropita por meio da resistência, rompendo em alguns momentos com o modelo de submissão imposto às mulheres; destacamos algumas características de Doralda que a torna diferente daquelas com as quais compartilha o cotidiano no povoado; sugerimos que sua origem influenciou sua transformação; mostramos as ambiguidades inerentes à personalidade dessa protagonista. Esse enfoque no comportamento de Doralda foi necessário para demonstrar que Guimarães Rosa apresenta uma personagem que metaforicamente simboliza o surgimento de uma sociedade em que a mulher também exerce o poder.