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註釋A presente conjuntura de liberalização política a decorrer em Moçambique caracteriza-se pela (co)existência de imposições exógenas, levadas a cabo por instituições financeiras internacionais junto do Governo de Moçambique, e de pressões endógenas, exercidas por um conjunto de forças sociais e políticas que se mobilizam por uma irrestrita abertura da vida política de Moçambique à democracia representativa e participativa. Todavia, neste recente processo de (re)configuração política, ainda são (re)produzidas, as tensões originadas pela coabitação forçada entre duas lógicas legitimadoras procedentes de memórias sociais diferenciadas. Por um lado, a “construção” da legitimidade das Autoridades Tradicionais de Mandlakazi, fundamenta-se numa matriz política e cultural em que o sagrado e o político constituem um todo coerente e indissolúvel. Por outro, a legitimidade do Estado moçambicano baseia-se na observância de formalismos políticos, institucionais e constitucionais, originados num contexto histórico radicalmente distinto e que foram bruscamente instalados na sequência do processo da colonização portuguesa. O presente livro, é um contributo analítico para a compreensão das tensões, dualidades, e (re)configurações políticas que permeiam a actual sociedade moçambicana.