Quando pensamos em ecologia dos meios, o que vem ao pensamento é o desenvolvimento tecnológico. De fato, as tecnologias alteram os meios. Mas será que somente os meios sofrem essa alteração? Não. Os meios são alterados, mas os cidadãos também. Ou melhor: a relação entre os cidadãos e os meios. Essa foi a proposta do canadense Marshall McLuhan e o norte-americano Neil Postman ao pensarem no conceito, no início da década de 1970. Uma proposta que alterava o cenário das teorias da comunicação naquele momento mundial, quando os estruturalistas propunham como objeto de estudo a estrutura das mensagens, ao invés de observar os fluxos comunicacionais ou o papel da comunicação na construção da cultura e daquela sociedade.
Ao pensarem em ecologia dos meios, McLuhan e Postman estavam preocupados com a relação entre a sociedade e os meios, em como a sociedade alterava os meios, e de que maneira os meios se envolviam com a sociedade. Por essa razão, e conscientes da importância dessa significação, esses teóricos criaram um programa de Doutorado na Universidade de Nova Iorque com, basicamente, duas linhas de investigação: a dos meios como ambientes, nas mãos de Neil Postman, e a dos meios como espécies, sob responsabilidade de Marshall McLuhan. Décadas se passaram e a busca por explicações obre ecologia dos meios continua justificada, provavelmente jamais como antes.
O livro apresenta uma coletânea de capítulos selecionados a partir de um call for papers internacional e oferece uma diversidade de debates. Os textos, publicados nos idiomas originais dos autores, abordam investigações desenvolvidos a partir de diversas metodologias, numa ordenação que constrói a narrativa cientifica pensada na construção do conhecimento sobre diversos temas.