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A Inversão Sexual
註釋Os primeiros estudos modernos sobre a homossexualidade datam de 1836, quando Heinrich Hossli, um chapeleiro suíço, publicou o seu livro Eros, onde fazia um estudo do “amor grego” e defendia publicamente o amor entre homens. O seu livro foi proibido e os exemplares que restavam nas prateleiras das livrarias foram queimados. Em Portugal, Adelino Pereira da Silva foi pioneiro em Portugal no estudo científico da homossexualidade com a publicação de A Inversão Sexual, em 1895, a sua tese de doutoramento. O tema já havia sido abordado no surpreendentemente romance queer de Arsénio de Chatenay, Os Jogos Lésbios ou Os Amores de Joaninha, de 1877, e anos mais tarde, no mais conhecido romance O Barão de Lavos, de Abel Botelho, publicado em 1891, mas seria só em 1902 que Egas Moniz lhe daria tratamento científico, dedicando à homossexualidade um capítulo de A Vida Sexual, obra que se manteria canónica durante muitos anos, com sucessivas reedições. Como Adelino Pereira da Silva refere: “É pois com este fim que escrevemos. Em Portugal, nada havia ainda feito sobre o assunto, seduziu‑nos a novidade e a precisão de um estudo assim; fomos ousados e tentámo‑lo. Sirva‑nos a ousadia para encobrir a incompetência.” Mas Adelino Pereira da Silva revelou‑se ousado também pela enorme coragem que demonstrou ao abordar publicamente um assunto que, à época, era um enorme tabu: “Poderão chamar‑nos imorais por pormos a nu tantas feridas gangrenosas, mas se a imoralidade é isto, se quem condena os podres da sociedade, fornecendo meios para purificá‑la, se pode considerar um imoral, bendita imoralidade!”