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Os Serões do Convento
註釋

Em três noites, as freiras de um convento português divertem-se ao serão a contar onze narrativas eróticas, cuja finalidade é mais que criar uma “perfeita intimidade” entre elas: no final do primeiro serão, na cela de Soror Teresa de Jesus, as freiras saem aos beijos em casais ou trios, dirigindo-se às suas celas.

Segundo os autores do prefácio, Helder Thiago Maia e Mário César Lugarinho, "no caso de 'Os Serões do Convento', podemos dizer que a primeira comercialização do livro não acompanhou a liberdade experimentada pelos seus personagens. Enquanto a narrativa está marcada, em grande parte, por uma desterritorialização das normatividades de género e sexualidade, a forma de comercialização do livro, dentro da categoria 'romance para homens', não só indicava o conteúdo erótico da obra, como também sugeria uma limitação do público ao qual o gozo da leitura estava destinado. (...) Essa prateleira/categoria literária, no entanto, foi responsável pelas primeiras representações conhecidas, em português, de dissidentes de género e de sexualidade. Foi assim que, sob o signo da libertinagem e/ou da patologização, surgiram os primeiros personagens que se relacionam sexualmente e/ou afetivamente com personagens do mesmo género, assim como também aparecem personagens que transgridem as normatividades de gênero. Dessa forma, 'Os Serões do Convento' é também parte da historiografia literária LGBT brasileira e portuguesa, por apresentar personagens dissidentes, especialmente mulheres cisgéneras que se envolvem sexo-afetivamente com outras mulheres cisgéneras, assim como personagens que transitam entre a masculinidade e a feminilidade, ainda que seja com interesses principalmente sexuais."