Ao longo do século XX, o imaginário deixou de ser sinônimo de fantasia ou
de ser associado à loucura para ocupar um elugar epistemológico e ontológico
específico na produção de representações e de sabers, ao ponto de constituir sua
própria heurística. Deve-se isso ao trabalho de numerosos pensadores oriundos dos
campos mais diversos das Ciências Humanas e Sociais, da filosofia à psicanálise, da
antropologia à literatura, que desembocou na Teoria Geral do Imaginário, lançada há
quase 50 anos em Chambéry (França) sob forma do primeiro CRI (Centro de
Pesquisas sobre Imaginário).
Desde então, os estudos sobre o imaginário se tornaram mais diversificados e
complexos através do mundo e através das disciplinas. Diversos movimentos
epistemológicos reivindicaram conceitos mais flexíveis, que se tornaram noções e se
dispersaram em metáforas. Se, por um lado, as noções e as metáforas apresentam a
vantagem de admitir mais de uma ideia por vez, como as ideias contraditórias, por
outro lado elas podem levar à imprecisão ou à equivalência generalizada dos termos,
tornando vão o trabalho do pensamento.