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Geografia e política
註釋Mais do que abordar o problema muito geral das relações entre o espaço e a política, que pode dizer tudo ou não dizer nada, Geografia e Política, de Iná Elias de Castro, tenta compreender como a política, no seu sentido institucional e operacional, invadiu as mais diferentes dimensões do mundo contemporâneo, e nos coloca diante da necessidade de estudar como a geografia hoje é informada pela política. Para isto se propõe ir além da perspectiva dos grandes modelos explicativos, agora postos em causa pelas suas limitações, e recorre a um pluralismo teórico-conceitual mais adequado à análise das muitas dimensões dos fenômenos aparentemente contraditórios da atualidade. Apesar do desencanto do presente, fortemente marcado pelas frustrações das promessas não cumpridas do Iluminismo, tanto liberal como socialista, e do fim das utopias que faziam brotar movimentos políticos e sociais voltados para a construção de um futuro melhor, este livro tem o cuidado de não cair na armadilha do relativismo e do niilismo fáceis, que nos demitem do cansativo mas necessário compromisso de compreender a realidade através do incessante diálogo da elaboração teórica com o fenômeno, diálogo este que só a pesquisa e a construção do conhecimento são capazes de propiciar. Afinal, só assim é possível colocar novas questões e, com o conhecimento da realidade, ser capaz de transformá-la. Alguns temas são aqui tratados com base nos fundamentos conceituais e nas perspectivas intelectuais, adequadas a um campo do conhecimento que se convencionou chamar de geografia política, além de outros, mais próximos à ciência política, mas que são sem dúvida relevantes para compreender o espaço como arena de conflitos. A escolha das discussões não foi casual ou determinada pelo compromisso com a tradição intelectual da disciplina, mas, pelo contrário, ela é bastante inovadora e orientada no sentido de polemizar sobre o que foi rejeitado nela, como a discussão do Estado-Nação e o que foi incorporado à geografia – ícones como o poder e a globalização. Além disso, ainda na perspectiva da polêmica, são incluídas questões específicas sobre uma geografia política brasileira. A dimensão da escala dos fenômenos está incorporada como referência e diferenciação necessárias para a ação dos atores políticos e para a construção dos espaços políticos, compreendidos como aqueles do conflito e do confronto inerentes à convivência dos diferentes, mas também da negociação, da cooperação e dos acordos.